TREMENDO NAS PERNAS, MAS SEM MOLHAR AS CALÇAS


Acredito que o primeiro grande cantor que o Emi Eni Sete acompanhou foi Tony Angeli, famoso intérprete de canções italianas na década de 1960 (talvez o mais conhecido então). E essa experiência de acompanhamento fez com que tremêssemos nas pernas por medo de um possível erro de algum integrante do nosso conjunto na harmonia ou na cadência. Inclusive, o Tony Angeli gostava de subir meio tom em algumas músicas que cantava: nada fácil!

Uma acalorada discussão tomou conta do grupo, antes da noite de apresentação do Tony Angeli porque sequer ensaio haveria com o cantor para um repasse da música. Com isto, eu defendia que somente o Mário Nelli, mais tarimbado e líder do conjunto, deveria acompanhar com o teclado exclusivamente de modo a evitar algum deslize. Mas o Vasquinho se posicionou contra, manifestando-se a favor do conjunto todo, sem exceção, fazer o acompanhamento. 

Venceu o Vasco! Na hora da apresentação, muitos de nós estávamos extremamente nervosos. Porém, mal começou a música as mãos e os dedos venceram a parada com a cabeça e foram diretamente nos acordes da melodia, sem quaisquer hesitações ou erros. E isto aconteceu até mesmo quando o cantor subiu dois semitons antes de encerrar a canção (Yo chi amo solo te, se não me engano). 

A superação desse desafio mostrou o quanto o conjunto era coeso e forte. E dessa forma passamos a acompanhar os grandes da época, o que dava um toque muito especial nas apresentações, projetando para vários públicos a capacidade e a competência do coletivo de músicos. Inclusive, vários cantores de renome passaram a exigir o Emi Eni Sete para fazer os acompanhamentos em várias cidades do interior paulista. 

Ezequiel, guitarrista do Emi Eni Sete

Tony Angeli - Amore Scusami


Visite o site do cantor Tony Angeli

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